Por: André Braga Manifestação publicada no site da Associação Brasileira de Criminalística. Infelizmente os atos administrativos do governo de Alagoas estão em descompasso com as diretrizes básicas da administração em geral causando desconforto para seus integrantes e até atraso e insegurança na prestação dos serviços. Esperamos que em breve as mesmas autoridades que definiram esse equívoco possam ter o dinamismo para reverter o quadro e estipular medidas corretas para exigir o que imaginavam inicialmente com um militar no "comando" dos peritos. Veiculo este texto na esperança de mostrar que o desrespeito a certos princípios e ideias consagradas para a boa gerência são, frequentemente, "esquecidas" e temo que sua contumácia induza a uma aceitação subliminar de que o errado está certo e o certo está errado... Abraço a todos os destinatários!
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quarta-feira, 25 de maio de 2011
E o Governo do Estado erra mais uma...
sábado, 21 de maio de 2011
Pesquisa: a estrutura social do crime em Alagoas
Por: Lenilda Luna (jornalista) Prof. Célia Nonata, coordenadora da pesquisa
Saber quais são os crimes que se repetem em Alagoas e aqueles que já fazem parte da realidade local, em que condições e qual o perfil dos criminosos. Essas são algumas das questões que buscam ser respondidas em uma pesquisa coordenada pela professora Célia Nonata, doutora em História. A mineira, que passou no concurso para docente da Ufal em 2010, trouxe na bagagem o interesse pela História Social do Crime e a necessidade de analisar melhor os dados, para compreender a escalada de violência que atinge as cidades brasileiras.
“O Grupo de Pesquisa História Social do Crime possui pesquisadores na área como Francisco Linhares, no Rio Grande do Norte, José Ernesto Pimentel Filho, da Universidade Federal da Paraíba, Marcos Bretas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros acadêmicos. Também tem sido importante o apoio da PM pela ação do Coronel Eduardo Lucena integrante do grupo e outros da PM de Alagoas, que estão colaborando com a formação dessa proposta”, ressalta Célia Nonata.
O grupo conta já com 18 pesquisadores e as linhas de pesquisa atuam em áreas direcionadas aos crimes passionais, homicídios, história do sistema penitenciário, crime e literatura, crime e gênero. “O meu primeiro contato foi com a diretora do presídio feminino, depois propusemos à secretaria de Defesa Social um convênio”, explica a professora.
O Convênio entre a Ufal e a Secretaria de Defesa Social visa à implementação de uma Pós-graduação em Análise Criminal e a criação de um Instituto de Pesquisa em Criminalidade e Segurança Pública, para proporcionar a análise de dados sobre a violência nesta região e capacitar melhor os agentes de segurança para combater o crime com o aporte de dados científicos, que facilitem um planejamento mais eficiente das ações. “Não queremos formar mais um contador de dados estatísticos, e sim um analista, que possa aprofundar teoricamente a situação e apontar caminhos para a solução dos problemas”, diz a pesquisadora.
Desde janeiro deste ano, o grupo trabalha sob a orientação de Célia Nonata no mapeamento dos dados do 4º Batalhão da Polícia Militar, analisando os boletins de ocorrência de 2005 a 2010. “Seguimos a metodologia da Escola de Chicago, que surgiu nos Estados Unidos, nos anos 20, e trouxe uma grande contribuição à Sociologia, Psicologia Social e Ciências da Comunicação”, destaca a pesquisadora.
Segundo Célia Nonata, a Escola de Chicago foi inovadora porque levantou a questão do desvio social motivado pelo meio, pela impunidade (a Teoria das Janelas Quebradas) e outras possibilidades para o crime que são analisadas pelo grupo. “Em Chicago, naquele período, culpavam os imigrantes e os crescimento populacional pelo aumento da criminalidade, mas analisando os dados, muitos dos crimes eram resultado da falta de perspectiva de vida para muitos dos que estavam chegando, da pobreza, de zonas sem vigilância policial, da falta de condições sociais como educação e lazer”, explica a professora.
Com a análise dos dados, a Escola de Chicago possibilitou o planejamento não só de ações de policia, mas principalmente de políticas sociais para melhorar a condição de vida dos imigrantes, oferecendo cultura, educação e possibilidades de trabalho. “É dessa forma que se combate a criminalidade a longo prazo. Não adianta ficar construindo mais e mais cadeias, para criminosos cada vez mais jovens”, analisa Célia.
Historiografia Criminal
Célia Nonato destaca que esse não é um trabalho de resultados imediatos, mas de construção de propostas para intervir na realidade social. "Existem hábitos criminais que precisam ser compreendidos em cada comunidade, para entendermos qual é o padrão e como pode ser alterado", explica e pesquisadora.
É comum, na mídia, que os crimes, principalmente envolvendo jovens, na região metropolitana de Maceió, sejam relacionados ao consumo e tráfico de drogas. "Não partimos desse pressuposto, mas analisando os boletins de ocorrência, percebemos que existe um padrão de execução sumária que precisa ser investigado, são crimes com características de morte por encomenda", denuncia Célia.
A pesquisadora destaca ainda que existe uma grande quantidade de relatos de crimes privados associados ao consumo de álcool. "Ficamos impressionados como existem casos de espancamentos de mulheres praticados pelos companheiros delas, quando estão alcoolizados. E esses casos são mal relatados nos boletins de ocorrência. como ser fossem situações rotineiras, de menor importância, mas é quase uma epidemia", relata a professora.
Engajamento de professores e alunos
Apesar de complexo, o tema proposta pela professora Célia Nonata está atraindo professores e alunos, interessados em entender melhor a questão da criminalidade. Um deles é o professor Ricardo Silva, que foi policial civil e passou recentemente no concurso da Ufal para professor do eixo de Educação, no Campus do Sertão. "Como tive essa experiência de agente de segurança, para mim será importante aprofundar essa reflexão teórica a partir da realidade com a qual me confrontava diariamente", analisa Ricardo.
Outro entusiasmado com a pesquisa é o aluno de bacharelado em História, Maia Junior. Ele também tem experiência na área de segurança pública, porque trabalhou como agente penitenciário. "O que me levou a participar desse grupo foi o interesse em pesquisar sobre a violência no meu Estado, buscar respostas científicas, e com isso poder ajudar a diminuir criminalidade que esta enorme em Alagoas e no Brasil", ressalta Maia. O bacharelando também destaca a importância de estar participando de uma pesquisa empírica, utilizando pela primeira vez no Estado a metodologia da Escola de Chicago. "O bacharel em História vive de pesquisa. Nesse projeto, tenho a oportunidade de exercitar isso", concluiu Maia.
No mês de setembro será realizado na Ufal um Simpósio Internacional em História Social do Crime, com os pesquisadores e pesquisas na área.
terça-feira, 10 de maio de 2011
A (de)Formação do Profissional de Segurança Pública
Por: Klesia Lins
Ao indagar várias pessoas, de diferentes perfis sociais, sobre quais as características que um bom policial deveria ter, as respostas foram unânimes: ter ética profissional e um bom treinamento. Bom, o treinamento profissional ao qual o cidadão se refere pode ser resumido em saber agir com prudência, perícia e atenção. Ser perito em algo é ser apto, ser capaz. Características que deveriam ser adquiridas nos cursos de formação dos profissionais de segurança pública, certo?
Errado! Posso assegurar que nenhum profissional, seja ele militar, civil, agente penitenciário, guarda municipal, adquirem perícia nos cursos específicos para sua formação inicial. Saibam vocês que algumas disciplinas fundamentais como Armamento, Munição e Tiro, Técnicas com Algema, Abordagem Policial, Apreensão de Entorpecentes, entre outras, são ministradas (quando acontece) de maneira negligente e irresponsável. De forma que faltam materiais (munição, armamentos e aparelhagens afins) para pôr em prática o que está no papel (Ah, e sem esquecer que o “papel” só chega ao aprendiz se o mesmo pagar uma taxa por ele).
Quantos disparos seriam necessários praticar no intuito de aperfeiçoar um profissional, evitando erros e falhas durante uma ação? 100? 200? 300?
Nos Estados Unidos um policial realiza, em média, 500 disparos por semana, em seu treinamento. No curso de formação para Agente Penitenciário do estado de Alagoas, foram praticados, em média, 10 disparos ( todo o curso )... Para policial militar melhorou um pouco... 20 disparos, (sem variedade de armamento e munição). E ao finalizar o curso somos “peritos” em tiro policial.
A verdade é a seguinte: ou você financia sua profissionalização ou correrá sério risco de fazer parte de alguma matéria sobre “tiro acidental”, “bala perdida”, “bandido mata policial”, entre outras comuns.
Eu, como educadora que sou, questionei sobre os formadores, instrutores, professores dos referidos cursos, querendo saber como era feita a seleção desses profissionais. Bom, descobri que existe um rigoroso processo em relação ao Q.I. do candidato, ou seja, o famoso e persistente Quem Indica... o restante são escolhidos através de sorteio. Não existe seleção de currículos, entrevistas ou análise da didática.
Eu pergunto: de quem é a culpa (se é que existem culpados)?
Minha? Que fiz parte dessa situação vergonhosa sem “botar a boca no trombone”?
Do governo? Que sempre é o culpado por tudo? Que acha que o servidor “ganha muito bem, obrigada”?
Sua? Que está lendo esse artigo e apenas “balançará a cabeça”?
A culpa é nossa, meus amigos! Nossa! Que sabemos dos fatos, vivenciamos as situações e nos calamos, nos omitimos por ser mais cômodo, mais fácil. Nossos salários (mesmo indignos) estarão nas nossas contas e isso é o que importa!
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